27 de mai. de 2012

Projeto de conservação de quelônios no Amazonas é apresentado na Argentina

As estratégias de conservação e o método de coleta de dados científicos utilizados pelo projeto Conservação de Vertebrados Aquáticos Amazônicos (Aquavert), do Instituto Mamirauá, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, no que diz respeito ao trabalho com quelônios, foi discutida durante o X Congresso Internacional de Manejo de Fauna Silvestre, ocorrido entre o período 14 e 18 de maio em Salta, na Argentina.

No médio Solimões, onde a RDS está localizada, nidificações de iaçás e tracajás são comuns, enquanto que as de tartarugas-da-amazônia são raras devido à exploração insustentável do recurso em séculos passados.

Nas áreas de proteção de quelônios, os moradores das comunidades ribeirinhas se revezam na atividade de vigilância da praia ou lago, para que nenhum membro da comunidade ou invasor externo retire dali ovos ou animais. Os moradores também auxiliam o trabalho de pesquisa, registrando dados como número de ninhos por espécie e data de postura.

A bióloga do Aquavert, Cássia Santos Camillo, que pesquisa quelônios na RDS Mamirauá desde 2009, analisou relatórios e dissertações que registravam as informações sobre a reprodução de quelônios na região desde o início das atividades de conservação. Os registros analisados foram comparados com os dados que ela observou em suas pesquisas em campo.

Segundo Cássia Camillo, os dados indicam um aumento gradativo no número de ninhos de tartaruga: em 1998, no primeiro ano de atividades, seis ninhos de tartaruga foram protegidos por moradores voluntários. Em 2011, as comunidades protegeram 133 ninhos de tartaruga.

A análise das fichas de campo preenchidas por comunitários sugere que os moradores da Reserva têm dificuldade em coletar dados mais específicos, como tamanho da ninhada e sucesso reprodutivo, o que deve ser acompanhado por uma equipe técnica.

“A conservação comunitária, apesar de suas limitações, é uma estratégia válida de conservação de quelônios, visto que, provavelmente, a totalidade dos ninhos seria predada por humanos, caso as áreas de nidificação não fossem protegidas e vigiadas”, conclui a bióloga.

Números

Nas 33 áreas de desova de quelônios protegidas em 2011, foram registrados 1448 ninhos de iaçá, 379 de tracajá e 133 de tartaruga. O trabalho nas áreas de proteção garantiu o nascimento de aproximadamente 42 mil filhotes, no ano passado.



Fonte: A Crítica

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