15 de jul. de 2012

Ativistas de Portugal fazem campanha contra o uso de animais em testes de botox

Na União Europeia as experiências em animais de produtos finais para cosmética são proibidas. Desde 2009 (com algumas exceções a partir de 2013) produtos que contenham ingredientes testados em animais não podem ser vendidos na Europa. Contudo, continuam a ser permitidas as mais cruéis experiências em animais para tratamentos anti-rugas, pois produtos como botox estão catalogados como medicamentos, de maneira que a proibição dos testes em animais para cosméticos aqui não se aplica.

Espasmos musculares, torcicolos, cãibras, blefarospasmos, hiperidrose, estrabismo e enxaquecas conseguem, através do efeito de paralisia dos músculos, ser tratados. A suavização/redução das rugas surge na maior parte dos casos “off-label”, e os pacientes têm que assinar uma declaração em como estão a ser tratados com medicamentos, e não para fins cosméticos.



Os objetivos da campanha da ECEAE (European Coalition to End Animal Experiments) “STOP Botox Animal Testing” são: informar o público, pedir-lhe que faça pressão, e dessa forma levar a que os fabricantes façam a transição para métodos não-animais, alcançando por fim a eliminação dos testes em ratinhos na farmacopeia europeia.

Dado que o veneno é altamente perigoso para os humanos, tem de ser fortemente diluído, levando por vezes a flutuações no processo de fabrico. Devido a isto todas as unidades dos produtos são testados para a sua eficácia e segurança antes de saírem para o mercado.

O veneno é injetado na cavidade abdominal dos ratos que são divididos por grupos. A cada grupo é administrada uma diluição Botox diferente. Calcula-se que a taxa de morte neste processo seja exatamente metade. Isto é designado como o Teste-LD50 (LD50 = dose letal em 50% dos animais).

Para os animais, até 100 por unidade de produção, isto significa um sofrimento atroz seguido de uma morte excruciante. Paralisia muscular, distúrbios oculares e dificuldades respiratórias são consequências comuns, prolongando por vezes a agonia dos animais por três ou quatro dias, até que finalmente morrem – conscientes.

Estima-se que todos os anos pelo menos 600.000 ratinhos sofram e morram devido aos testes para Botox. Estamos em 2012, a ciência já avançou a um ponto tal que só mesmo por ganância, dinheiro, e uma boa dose de falta de ética se continuam a cometer estas atrocidades. São 600 mil indivíduos, que sentem e sofrem como qualquer um de nós, que são sacrificados por razão nenhuma.

Para saber mais acerca desta importante campanha, visite http://www.eceae.org/en/what-we-do/campaigns/botox/the-truth-about-botox-animal-testing .

*Rita Silva é presidente da ONG Animal

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